Existem alguns animais que convivem com as pessoas, especialmente nas
grandes cidades, e podem oferecer um grande risco de diversas doenças.
Por isso, a população de bichos como pombos, ratos, morcegos, por
exemplo, deve ser controlada para evitar danos maiores aos homens, como
alertaram o infectologista Caio Rosenthal e o biólogo Gladyston Costa no Bem Estar desta segunda-feira (9).
Assim como os humanos, esses animais precisam de três fatores para
sobreviver: água, alimento e abrigo. Justamente por isso, costumam viver
perto da população porque é ela que fornece esses elementos nas frestas
das casas, porões, sótãos ou até mesmo por deixar comida acessível no
lixo ou aberta na despensa. Há ainda as pessoas que voluntariamente
alimentam os pombos, por exemplo, o que pode oferecer um grande risco à
saúde pública. Vale lembrar, no entanto, que os pombos não devem ser
mortos, apenas controlados, já que têm importância ambiental assim como
outras aves.
Por isso, a dica é afastá-los, eliminando esses fatores de
sobrevivência como uma maneira de prevenção de doenças, como fez a
Prefeitura de São Carlos, no interior de São Paulo (confira no vídeo ao lado).
Além de não oferecer abrigo, alimento e água, vedar espaços e vãos,
usar abrigos controlados e colocar o lixo no local adequado também são
medidas que podem ajudar bastante. Colocar espantalhos, papel laminado,
CDs ou equipamentos sonoros nas janelas é pouco eficaz, mas ainda sim
consegue afastar um pouco os pombos. Usar armas de fogo, envenenamento
ou capturar os animais são medidas proibidas, como alertaram os
especialistas.
É preciso tomar cuidado ainda com as fezes dos pombos. Segundo o
biólogo Gladyston Costa, cada animal produz cerca de 2,5 kg de fezes por
ano e, nessas fezes, estão fungos, bactérias e ácaros que podem causar,
pelo menos, 6 tipos de doenças. Como mostrou o infectologista Caio
Rosenthal, entre as doenças transmitidas por pombos, estão a criptocose,
que pode dar meningite; a histoplasmose, que pode dar doenças
pulmonares; a salmonelose, que pode dar distúrbios gastrointestinais;
além de dermatites e alergias.
Por isso, é importante não deixar as fezes acumularem e, na hora de
retirá-las, proteger o nariz e a boca com uma máscara e umedecê-las com
água e depois limpá-la com água sanitária.
O risco das fezes vale ainda para os morcegos, que podem transmitir
também a histoplasmose. De acordo com o biólogo Gladyston Costa, é
preciso tomar cuidado com árvores frutíferas e frutas em locais abertos
que podem atrair morcegos. Se for o caso, a recomendação é não tocar ou
matar o animal porque eles podem morder e transmitir também a raiva, uma
doença fatal em grande parte dos casos.
É preciso cuidado ainda com os ratos, que costumam aparecer em locais
com muitos pombos. A suspeita aumenta se houver fezes, trilhas, manchas
de gordura e objetos roídos, como alertaram os especialistas. Nesse
caso, há o risco da leptospirose, uma doença causada por uma bactéria
que chega ao ambiente através da urina do roedor – se o homem entra em
contato com água ou lama contaminada por essa urina, a bactéria entra na
pele por meio de uma mucosa ou ferimento e pode cair na corrente
sanguínea.
Por outro lado, no caso da cisticercose, não é o contato direto com o
animal que causa a doença. Ela acontece quando a pessoa ingere alimentos
crus, mal lavados ou mal cozidos, onde há a presença de larvas da tênia (entenda no vídeo ao lado).
Depois de ingeridos, esses ovos podem eclodir e as larvas começam a
viajar pelo corpo, podendo se alojar em vários órgãos. Se parar no
cérebro, por exemplo, pode gerar um quadro extremamente grave de
neurocisticercose, como lembrou o infectologista Caio Rosenthal. Há
ainda a possibilidade de teníase, uma doença causada pela presença
dessas larvas na carne de porco mal processada. Nesse caso, depois de
ingeridas, as larvas se transformam em vermes adultos já no estômago da
pessoa.
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